domingo, 11 de setembro de 2011

ONDE FOI QUE EU ERREI?

Há uma pressão cada vez maior para viver em nossa sociedade que exige boa aparência, bons estudos e muito esforço para vencer, para ser o melhor e o primeiro. O capitalismo é competitivo e não há lugar para todos, neste sentido é que educamos desde cedo os jovens para o mercado de trabalho que é cada vez mais competitivo.

Essa educação se torna cada vez mais padronizada e cada vez menos há o contato corpo a corpo ou a relação afetiva entre pessoas, e ainda, verifica-se um crescente distanciamento e individualismo entre alunos, professores e familiares. Isso porque o que se vê é uma educação que visa a competição, seguindo a lógica da batalha mercadológica dos nossos tempos.

É desta forma que o Brasil entrou para o “mercado” dos produtores de jovens suicidas, assassinos ou psicóticos. Como de fato, isto não é mais privilégio da sociedade norte-americana, nós também já temos nossos próprios jovens “kamikazes” entrando em escolas e realizando atentados contra a vida, matando conforme o vídeo-game os ensinou desde pequenos.

Seja para noticiar ou piorar a situação, o espetáculo mórbido é apresentado pelos canais televisivos, afinal isto dá audiência e audiência significa patrocinadores, viva as “reality” tragédias...

Muitos dirão que é inexplicável, outros afirmarão que é inaceitável, todavia, este é o mundo globalizado que pressiona seus jovens por resultados. Entretanto, sozinhos muitos desses jovens não suportam e se alienam em drogas, ou ainda há aqueles que desistem e resolvem dar fim em tudo, neles mesmos e no mundo. Daí oriundam tais jovens que alimentam o tráfico nas escolas, as agressões aos outros alunos, aos professores e a tantas famílias.

Esses jovens são o reflexo da nossa sociedade, o reflexo da sociabilização e educação que demos a eles, enfim, esses jovens são reflexo de nós mesmos. Será que vale a pena? Será que é isto que queremos para nossos jovens e para a sociedade? Esse não o mundo em que vivemos, é o mundo que fizemos, vamos continuar nossa obra? Precisamos repensar onde foi que nós erramos.

Diante de tantas interrogações, é necessário dar a primazia da atenção à família e dar proteção social aos jovens, de modo a fortalecer os laços e vínculos sociais de pertencimento dos jovens à família, a comunidade e a sociedade em geral. Só assim eles não se sentirão sozinhos, abandonados ou pressionados.

É necessário investimento por parte do poder público nas escolas, que devem ter assistentes sociais e psicólogos capacitados, de modo a trabalhar o sentimento de pertencimento que é fundamental nos jovens, nas famílias e em toda sociedade. Caso contrário, as interrogações irão continuar.

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