domingo, 25 de março de 2012

O FIM DAS RELIGIÕES

O fim das religiões não significa o fim da religiosidade, mas o fim das igrejas e templos com seus líderes messiânicos que desde os primórdios da humanidade lideram grupos sociais pelo fato de terem uma ferramenta em mãos: a filosofia do poder da mente humana. Esta filosofia é que impulsiona o desejo, a vontade do ser humano de alcançar, conseguir, obter ou ter algo para além do alcance material humano. Este pensamento positivo é chamado de fé ou força de vontade que é alimentada pela crença em algo, crença que vem da auto-ajuda das igrejas e templos religiosos.

O ser humano precisa acreditar em algo para ir além dos seus horizontes e condições de vida, isto porque o ser humano tem uma natureza inquieta e insatisfeita que não o deixa ter uma felicidade plena, a vida material não traz felicidade plena e apenas a vida de espiritual pode proporcionar esta felicidade, haja visto que felicidade é estado de espírito e não estado material. Mas este ser humano é matéria e por isto busca incessantemente deixar de ser matéria corporal física e alcançar a forma espiritual. A religião serve para alimentar a crença humana em algo espiritual, mas ao mesmo tempo aliena este da realidade material em que vive, do caos social instalado pelo capital que domina e detém os meios materiais sob a forma de produção.

Conforme a ciência avança, proporcionalmente as religiões sofrem uma mutação. Esta mutação se deve as novas descobertas da ciência frente a velhos mitos e misticismos. Todavia, como o avanço da ciência está atrelado e a serviço do capital, esta mutação religiosa também se deve a era do capital, ou seja, as religiões da contemporaneidade tem um caráter econômico em que prestam um serviço de vender a auto-ajuda, a força de vontade ou a fé ao indivíduo.

Eis o que são as religiões e diversas igrejas da contemporaneidade, não são mais construídas de inquisiões e do medo, não tem mais o poder político justamente devido ao avanço científico e filosófico do século XIX, porém são formas de vender o germe da felicidade, de vender o combustível para algo superior a vida terrena que tanto incomoda.

Consequentemente, o que se apresenta para o futuro é uma religião baseada na auto-ajuda, no pensamento positivo, na porta para o espiritualismo e bem-estar frente ao caos social ordenado pelo capital. Uma alternativa de alienar-se que será paga como prestação de serviços...