quarta-feira, 25 de agosto de 2010

REFLEXOS DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: OS EFEITOS DA PADRONIZAÇÃO, A NEGAÇÃO INCONSCIENTE DO “SER SUJEITO”

Na contemporaneidade da sociedade capitalista, como síntese do desejo inconsciente individualista-dominante do “todo social” que constrói continuamente o sistema dominante e vigente a partir de uma hegemonia da esfera econômica que implica ao sujeito dominar e ser dominado muitas são questões que merecem reflexão.

Este ser dominado advém do desejo de domínio que sintetiza-se rumo a uma autonomia global frente à sociedade como um todo. Desta forma, observo alguns reflexos e efeitos sociais, dentre os quais, os reflexos da padronização na totalidade social.
A esfera econômica, hegemônica sobre todas as outras desde sua ascensão no seio da classe burguesa por meio da acumulação primitiva, exige para manutenção de sua própria existência, a produção e o consumo, o que implica estar sempre criando meios, formas, técnicas e tecnologias.

Neste contexto histórico-social, dentre os vários modelos de expropriação e acumulação de capital, emergiu a padronização, onde padronizar é o “parece ser”. Deste modo, temos uma sociedade do “ter” que “parece ser” e não do “ser” que implica emancipação do indivíduo frente à vida social, ou seja, ser sujeito. Todavia, não busco uma reflexão economicista da ou na economia ou produção, mas dos e nos efeitos da padronização na esfera social.

Todavia, padronizar a vida na sua totalidade social, é aceitar o que vem de fora de forma proporcionalmente acrítica, ou seja, na mesma proporção em que por meio da ideologia dominante e alienante nos tornamos mais padronizados, mais acríticos ficamos e quanto menos senso crítico temos, mais alienados nos tornamos frente à sociedade espetacular. Somos indivíduos que acreditam serem sujeitos, mas que não são de fato, apenas acreditam, porque são sujeitos do espetáculo (Deboard). O “ser sujeito” está sendo mascarado de forma espetacular ao passo que ele também parecer ser, mas não o é de fato.

Frente ao movimento de padronização da vida está o indivíduo ou o sujeito espetacular que nega a si, nega sua essência ao espelhar-se nos padrões sociais de beleza, estética, comportamento e consumo que são vomitados pelas propagandas também padronizadas, onde recebe desejos, necessidades e valores modelados e padronizados e opções de escolha que lhe são dadas arbitrariamente e imparcialmente geradas do sistema e para o sistema, buscando a morte do seu “eu” em prol destes padrões, despersonalizando o indivíduo ou sujeito espetacular que proporcionalmente torna-se mais alienado. Desta negação inconsciente que é o desejo individualista-dominante do “todo social”, que se formou e se forma a alma do sistema vigente erguido sob a esfera econômica na contemporaneidade.

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